Lenon esteve em Campinas no começo do ano e passou por um período de recondicionamento físico (Cedoc/ RAC)
Após decisão da 11ª Vara do Trabalho de Campinas, o Guarani precisará pagar ao ex-lateral Lenon valores referentes a pagamentos do período em que o jogador defendeu a equipe. O valor inicial do processo feito pelo atleta era acima de R$ 944 mil (valor exato R$ 944.873,67), mas a juíza substituta da 11ª Vara, Camila Ximenes Coimbra, não acatou todos os pedidos.
Os valores não pagos são referentes a salários, direitos trabalhistas, férias, FGTS, 13º salário e direitos de imagem. Segundo o documento, um dos pedidos de Lenon foi para unir em apenas um os dois contratos que teve com o Guarani. O primeiro vínculo entre 8 de maio de 2015 e 10 de novembro de 2016 e o segundo entre janeiro de 2017 e dezembro de 2018. No entanto, levando em consideração a Lei Pelé, a Justiça afirmou que seriam dois contratos diferentes e separados, então não houve nenhuma alteração.
Outro ponto a favor do Guarani é que o clube não foi responsabilizado por atrasos de salários do Vasco da Gama, no período em que o atleta estava emprestado ao clube, porque o jogador não comprovou ter dado ciência sobre essa questão. Lenon defendeu o time carioca por cerca de seis meses (entre 13 de junho de 2018 e 31 de dezembro de 2018) e participou de nove jogos.
O terceiro e último ponto que favoreceu o Bugre foi sobre os direitos de imagem. O clube de Campinas não vai precisar indenizar o jogador, já que ele possuía um contrato com uma empresa que cuidava especificamente desse assunto. Essas questões não estão relacionados ao contrato de trabalho dele.
Indenização
Por outro lado, o Guarani foi condenado por não pagamento de diversos direitos e terá que desembolsar um bom dinheiro para o lateral (valor da condenação está estimado em R$ 100 mil).
Em detalhes das contas serão R$ 6 mil referentes aos salários de junho, novembro e dezembro de 2019; 13º salário de 2017 (valor de 100%), 2018 (50%) e 2019 (100%); férias de 2017 (100%), 2018 (50%) e 2019 (100%); FGTS (clube reconheceu a dívida); multa referente aos artigos 467 e 477 da CLT; 10% de honorários "sobre o valor que resultar da liquidação da sentença a título de honorários sucumbenciais" e R$ 2 mil sobre as custas do processo.
Resposta do clube
O Guarani divulgou uma nota sobre o assunto na quinta-feira (15) e enfatizou que os valores estão de acordo com a realidade do que realmente aconteceu: "O pedido, originalmente lançado em R$ 944.873,67, teve, conforme manifestação da Juíza do Trabalho Camila Ximenes Coimbra, na data de 13/04, julgamento dentro da realidade dos fatos e dos valores devidos pelo clube. O Guarani FC ressalta o excelente trabalho realizado pelo seu Departamento Jurídico nesta representado pelo Dr. Rodolfo Ventanilha Devisate e de todos os seus profissionais em todas as demandas, por mais está importante decisão."
Retrospecto do jogador
O lateral Lenon vestiu a camisa do Guarani por quase 4 anos, entre 2015 e 2018, e atuou em 164 jogos. Nesse período vivenciou e participou do acesso para o Campeonato Brasileiro da Série B em 2016 e garantiu o título do Campeonato Paulista da Série A2 em 2018. No total foram apenas quatro gols marcados, mas pode marcar história em Campinas.
Pelo Vasco, no período de seis meses em que estava emprestado, Lenon atuou nove jogos e não balançou as redes. Depois desse período retornou ao Guarani.
Atualmente o atleta está sem clube. A última passagem foi no Cuiabá no ano passado, quando o time conseguiu o acesso para o Brasileiro da Série B. Foram cinco jogos por esse campeonato, um pela Copa do Brasil e seis pelo estadual do Mato Grosso.
Lenon esteve em Campinas no começo do ano e passou por um período de recondicionamento físico por cerca de três meses. Em junho do ano passado ele teve uma lesão, mas em outubro retornou aos gramados.
