(Marcos Ribolli-PontePress)
A reação após o Dérbi 207 foi marcada pelo contraste. Do lado bugrino, a boa atuação no primeiro tempo gerou uma expectativa de recuperação na Série B. Já entre os pontepretanos, o empate deixou um gosto amargo para os jogadores e integrantes da comissão técnica.
“Pelo primeiro tempo que fizemos, mostramos que podemos nos recuperar”, avaliou o técnico Pintado do Guarani. “Acredito que precisamos tirar as coisas positivas. Creio que estamos no caminho certo”, avaliou ele, que fez o seu segundo jogo no comando bugrino depois de estrear com derrota diante do CRB, em Maceió. Com 6 pontos, a equipe segue na lanterna e chegou a nove jogos seguidos sem vitória.
O comandante bugrino valorizou os treinos realizados no meio de semana em Itu, para onde o grupo buscou um refúgio e maior concentração. “Fizemos um excelente trabalho em Itu, que me deixa esperançoso”, salientou. Para ele, as dificuldades precisam provocar amadurecimento no grupo. “Se existe falta de confiança, isso precisa ser resolvido o quanto antes. Não temos mais tempo”, comentou, reforçando que cobra competitividade da equipe. “Não temos mais tempo para só ficar cercando o adversário. Se cercar, temos que recuperar a bola.”
Com essa filosofia, ele não condenou a expulsão de João Victor aos 13 do segundo tempo. “Prefiro que o jogador erre tentando. Houve um exagero, mas foi uma tentativa de roubar a bola.”
Pintado elogiou os meias Luan Dias e Matheus Bueno, autores do gol e da assistência, respectivamente. E acredita que outros jogadores vão começar a ganhar mais espaço, como o meia Bruno Oliveira e o atacante Luccas Paraizo. Além da entrega no Dérbi 207, o comandante destacou a força nas finalizações, principalmente de fora da área. E também não deixou de exaltar o goleiro Vladimir, a quem chamou de “grande capitão.”
FALTOU ATITUDE
Para a Ponte, foi desperdiçada uma chance de ouro para conseguir a primeira vitória na condição de visitante na Série. “Não fizemos um bom primeiro tempo e conseguimos empatar o jogo. Se tivéssemos um pouco mais de atitude teríamos vencido”, lamentou o zagueiro Sérgio Raphael, deslocado para o lado esquerdo em vários momentos. “Infelizmente, tomamos um gol que não deveríamos. Dominamos no segundo tempo, mas a bola não entrou”, descreveu o volante Castro.
Autor do gol pontepretano, o jogador Jeh celebrou a sua atuação. “O time foi bem. Faltaram apenas detalhes. Criamos muito e merecíamos os três pontos, mas o importante é somar”, disse o atacante.
O técnico Nelsinho Batista, por sua vez, preferiu analisar o jogo do ponto de vista racional, sem esquecer de puxar as orelhas dos jogadores da Macaca. “O adversário estava bastante motivado. Conversamos e disse que deveríamos ter inteligência e esperar esse aperto do Guarani, mas fizemos o contrário daquilo que tínhamos conversado”, disse o treinador. "Tanto que não trocamos ninguém porque todos estavam mal”, explicou.
Sobre as dificuldades sofridas pelo zagueiro Edson, que foi lateral direito em vários momentos do jogo, Nelsinho preferiu contemporizar as dificuldades do atleta e elogiar.
“Perdemos praticamente dois laterais. Perdemos o Luiz Felipe que voltou a sentir uma lesão e o Dudu (Vieira) amanheceu com uma virose também. Ele (Edson) já treinou nessa posição e eu sabia que ele teria dificuldade, mas na emergência era o que a gente tinha ali”, completou o técnico.
NOTAS DO JOGO
Guarani
O empate passou pelas mãos de Vladimir, autor
de boas defesas. Destaque para Luan Dias e seu
poder de criação.
Confira as notas:
Vladimir (8,5) - Autor de defesas difíceis. Seguro nas saídas de gol.
Diogo Matheus (5,0) - Atrapalhado em algumas jogadas, mas não comprometeu.
Douglas (4,0) - Limitado. Pulou atrasado no lance do gol pontepretano.
Léo Santos (5,0) - Teve sabedoria na saída de bola e eficiência no jogo aéreo. Parte física pesou
nos 45 minutos finais.
Yuji (5,0) - Mostrou personalidade. Ficou cercado nos minutos finais, mas deu conta do recado.
Lucas Araújo (7,0) - Pode ter limitações, mas sua presença estabilizou o meio-campo.
Matheus Bueno (6,5) - Teve liberdade para sair e colaborou no lance do gol.
Luan Dias (6,5) - Sua melhor partida com a camisa do Guarani. Autor do gol e de lances criativos.
Airton (5,0) - Colaborou na marcação e ainda foi à frente. A parte física também pesou na etapa final.
Caio Dantas (5,5) - Solidário e colaborativo. Faltou o gol para se consagrar.
João Victor (3,5) - Dinâmico e sem medo de buscar o ataque. Colocou sua atuação no lixo ao ser expulso após entrada em cima de Igor Inocêncio.
Bruno Oliveira (4,0) - Ficou um pouco perdido e sem inspiração.
Luccas Paraizo (5,5) - Entrou em poucos minutos e colocou velocidade na partida.
Técnico: Pintado (5,5) - Fez um feijão com arroz bem temperado. Foi prejudicado pela expulsão. No final, o empate caiu do céu.
Ponte Preta
O centroavante Jeh apareceu e balançou as redes.
Por outro lado, Pedro Rocha salvou o time em
lances decisivos.
Confira as notas:
Pedro Rocha (7,5) - Apareceu novamente com defesas com alta complexidade.
Igor Inocêncio (6,5) - Boas viradas de jogo e teve iniciativa.
Edson (4,0) - Perdido e sem noção de espaço. Saiu para Nelsonho fortalecer o setor ofensivo após expulsão de João Victor no Guarani.
Mateus Silva (5,0) - Às vezes utilizou a força de maneira desmedida.
Sergio Raphael (4,5) - Em alguns momentos foi zagueiro e em outros lateral esquerdo. Não deu certo.
Emerson Santos (5,0) - Teve dificuldade para segurar a velocidade bugrina no primeiro tempo. Melhorou na etapa final.
Castro (5,5) - Não teve a mesma atuação do jogo contra o Ceará, mas não comprometeu.
Dodô (6) - Tentou, lutou e buscou as jogadas. Perdeu chances.
Elvis (5,5) - Foi útil na bola parada, tanto que o escanteio do gol saiu de seus pés. Mas a movimentação é decepcionante.
Lucas Buchecha (4,5) - Foi acionado no lado direito, mas perdeu a maioria das jogadas.
Matheus Régis (4,5) - Começou com tudo e com o passar do tempo foi apagando.
Iago Dias (5,0) - Apagado. Mais preocupado em ajudar na marcação. Melhorou um pouco no segundo tempo.
Jeh (7,0) - Autor das melhores chances pontepretanas. E ainda marcou um gol.
Técnico: Nelsinho Baptista (5,5) - Foi vitimado por desfalques e lesões. Teve quase 40 minutos com a vantagem de um homem a mais. Não aproveitou.
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