FORMAÇÃO ESPORTIVA

Jogos escolares municipais despertam talentos e encaminham sonhos

História de três ex-estudantes de Campinas revela êxito como resultado de persistência e dedicação

Esportes Já
27/01/2025 às 15:37.
Atualizado em 27/01/2025 às 15:37
Além das modalidades mais conhecidas, como futebol e basquete, o JEM também conta com disputas no badminton e ginástica artística (Divulgação)

Além das modalidades mais conhecidas, como futebol e basquete, o JEM também conta com disputas no badminton e ginástica artística (Divulgação)

Desde cedo é comum a criança dizer o que vai querer ser quando crescer. Muitas desejam, por exemplo, se tornar jogadores de futebol ou atletas reconhecidos mundialmente. Por outro lado, há quem diga que essas projeções não passam de sonhos infantis que não se sustentam. Mas alguns ex-alunos das escolas municipais de Campinas provam exatamente o contrário. Os estudantes Kauan Menegatti, Júlia Rodene e Lara Miguel mostram que a persistência e a dedicação por um objetivo valem a pena. 

Em comum, além do amor pelo esporte, eles viram seus talentos serem despertados durante as competições dos Jogos Escolares Municipais (JEM), que é realizado anualmente e movimenta 19 mil estudantes nesta fase inicial de formação de 45 escolas de ensino fundamental. 

DE CAMPINAS PARA O FLAMENGO 

Ex-aluno da Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) Lourenço Bellocchio, no Jardim Boa Esperança, Kauan Menegatti, de 18 anos, integra o time sub-20 do Flamengo. "Desistir nunca foi uma opção. O futebol é algo que eu gosto de fazer e por meio dele dar uma vida melhor para a minha família", diz. Aos 16 anos, ele assinou um contrato profissional com o clube carioca. "Joguei na Ferroviária pouco mais de um ano, até que o Flamengo me viu em campo e se interessou pelo meu futebol. Sou um privilegiado por poder vestir essa camisa", comemora. 

Ele conta que sua paixão pelo futebol teve início aos 5 anos quando começou a fazer aulas em escolinhas. Aos 10, já estava na base do Esporte Clube Primavera de Indaiatuba. Mas foi no 7ª ano, por meio do JEM, que o esporte começou a se tornar coisa séria. "Foi ali, no Bellocchio, durante os Jogos, que eu tive a certeza do que eu queria para a minha vida", lembra. 

Não foi uma trajetória fácil, conta o jovem. Faltou dinheiro, era preciso depender de carona, pegar ônibus lotado para treinar e jogar... Momentos difíceis que Kauan enfrentou e superou. "Sem contar que eu via a minha mãe grávida ir trabalhar em dois lugares para não faltar dinheiro para eu treinar, ou às vezes, não ter condições de comprar uma chuteira boa", relembra. 

DOS JOGOS ESCOLARES PARA AS PISTAS DE ATLETISMO 

Quem imaginaria que um desafio proposto por um professor de educação física tornaria Júlia Rodene, de 18 anos, uma atleta profissional. Ele queria saber qual dos seus alunos tinha o perfil para participar de uma competição de atletismo. 

Ex-aluna das escolas Zeferino Vaz, o Caic, na Vila União, e Padre Emílio Miotti, no Jardim Santa Lúcia, a jovem conta que essa modalidade esportiva entrou em sua vida de uma forma inesperada. "Por ser uma das mais rápidas, eu fui escolhida. Lembro que nem queria ir para a competição. Mas fui e ganhei minha primeira medalha", diz ela, numa referência ao JEM. 

Júlia conta que as disputas tiveram um papel fundamental para a sua carreira. "O JEM marcou a minha vida e me trouxe para onde estou hoje. Sou grata ao professor que me incentivou no começo", conta. Foi após uma das edições do evento que a ex-aluna recebeu o convite para ser atleta da Orcampi, uma das principais equipes de atletismo do país. 

A DECISÃO DE VIVER UM SONHO 

Foi nas aulas de educação física da Emef Vicente Rao, no Parque Industrial, que Lara Miguel Batista descobriu a sua vocação para o esporte. Com incentivo da escola e um empurrãozinho da mãe, ela hoje é técnica do time de basquete do Sesi-SP. 

Sua trajetória na modalidade começou em 2006, quando sua mãe a colocou para aprender basquete. Nessa época, Lara já tinha um grande carinho pelas aulas de educação física da escola e se sentiu motivada para seguir em frente. 

"As aulas eram sempre motivadoras, lembro com muito carinho do professor Jeferson Espanhol, que sempre proporcionou vivências incríveis em suas aulas e nos levou a participar do Jogos Escolares", conta. 

De lá para cá, o amor pelo esporte falou mais alto. Lara formou-se em Educação Física pela PUC-Campinas, fez cursos de arbitragem de basquete e é a fundadora do "Ladies Campinas", que trouxe à cidade o basquete feminino amador para ex-atletas sem espaço para treinar e disputar competições. 

"Trabalhar com treinamento de crianças e jovens é lidar com sonhos e é incrível e desafiador ao mesmo tempo. Sou apaixonada pelo que faço", afirma.

SOBRE O JEM 

Há 16 anos, os Jogos Escolares Municipais (JEM) é um dos eventos mais aguardados para os cerca de 19 mil alunos do Ensino Fundamental da rede municipal de Campinas. É um período em que eles colocam em prática todas as habilidades em várias modalidades esportivas em um campeonato que reúne 45 escolas. 

Além das modalidades mais conhecidas, como futebol e basquete, o JEM também conta com disputas no badminton e ginástica artística.

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