Questionado por jornalistas sobre se o imposto retornaria, o ministro da Fazenda foi enfático: "Não há perspectiva"; já o da Saúde defende a cobrança dos ricos
Levy e Chioro divergiram nesta sexta-feira sobre o retorno da CPMF ( Cedoc/RAC)
O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, descartou nesta sexta-feira (12) o retorno da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), que é defendido pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro. Questionado por jornalistas sobre se o imposto retornaria, Levy foi enfático: "Não há perspectiva". O ministro foi também perguntado se a volta da contribuição estaria sendo cogitada, ao que ele voltou a responder: "Eu não estou cogitando" Posição de Chioro O ministro da Saúde que a volta da Contribuição sobre Movimentações Financeiras (CPMF), se aprovada pelo Congresso Nacional, não deve incidir sobre a classe média. O retorno do imposto do cheque (CPMF) para financiar a saúde é uma das propostas defendidas no 5º Congresso do PT, que está sendo realizado em Salvador. "A ideia é tirar da cobrança amplos setores da classe média", afirmou Chioro, ao indicar que o imposto deve incidir sobre os mais ricos. "Não vai mais ter CPMF do jeito que era." Embora o governo queira se aproximar da classe média, Chioro negou que a estratégia de tributação esteja sendo planejada com esse objetivo e disse estar conversando com todos os governadores sobre formas de sustentar o Sistema Único de Saúde (SUS). "Sou ministro da saúde do Brasil, e não do PT" , afirmou Chioro. Concorda Questionado sobre a decisão do PT de incluir a defesa da CPMF na Carta de Salvador, documento com as resoluções finais do Congresso petista, Chioro disse concordar com a iniciativa. "Acho importante porque sinaliza um debate para o Congresso Nacional", afirmou o ministro da Saúde. "Fico satisfeito porque estamos tomando a dianteira nesse debate."Conhecida como "imposto do cheque", a CPMF foi extinta em 2007, no governo Lula. A derrubada do imposto foi considerada como uma das maiores derrotas do governo à época.