Moradores temem queda após operário denunciar que 12 dos 26 pinos de sustentação estão soltos
Moradores reclamam de antena de celular irregular no Jardim Santa Genebra ( César Rodrigues/ AAN)
Uma antena de aproximadamente 40 metros de altura instalada no bairro Jardim Santa Genebra, região Leste de Campinas, tem tirado a tranquilidade dos moradores após um dos operários, que trabalhou na instalação do equipamento, ter registrado boletim de ocorrência informando que 12 dos 26 pinos de sustentação da antena estariam mal fixados. A informação tirou o sossego da vizinhança e mais de 150 pessoas assinaram uma lista pedindo a retirada da estrutura da operadora Claro na altura do número 150 da Rua Martins Pena. De acordo com o boletim de ocorrência registrado no fim do ano passado no 4º Distrito Policial (DP), no Taquaral, o operário informou que no dia 7 de novembro, durante o processo de montagem da torre, constatou que, dos 26 pinos que sustentam a estrutura, 12 deles apresentavam problemas de fixação devido à vibração do concreto e que “se recusou a montar o restante da estrutura”. Obras continuaram Entretanto, segundo os moradores, as obras continuaram sem que houvesse fiscalização da Defesa Civil de Campinas. “Foi a própria Defesa que orientou que se fizesse boletim de ocorrência para que pudesse ir até a antena e ver as irregularidades, mas não apareceu até então”, disse uma moradora, que não quis se identificar, vizinha do terreno onde fica a estrutura. Os moradores informam que ainda não receberam qualquer parecer que indique que os pinos foram fixados adequadamente. De acordo com o morador Raul Sigole, de 62 anos, a justificativa da Prefeitura no início do ano era a de que não há impedimento legal para a instalação e que o processo estaria em conformidade com a lei. “Agora, eles fizeram muro e a antena fica lá dentro do terreno. Ninguém voltou aqui para ver como estão os pinos. Eu moro na frente dela e todos sentem muito medo”, afirmou Sigole. Sem identificação No local, não há nenhuma placa que identifique aquela antena como sendo da operadora Claro. Antes de construírem o muro e isolar a antena, o morador Raul informou que a placa de identificação da obra estava fixada na própria antena, e não na grade da obra. “Os operários alegaram que a medida era para que vândalos não arrancassem”, disse. “É um risco, sem dúvida. Ainda mais quando o próprio operário da obra afirmou que os parafusos não estavam bem colocados” , disse o aposentado Ademir de Sousa Madeira, de 64 anos. Ele se lembra do dia em que os moradores foram protestar em frente à antena. Raul Sigole lembra que a rua foi fechada pela população.Outro lado A Secretaria de Urbanismo de Campinas informou nesta quinta-feira (5), através da assessoria de comunicação, que intimou a operadora de telefonia após processo elaborado pelos moradores. Segundo a pasta, a Claro apresentou as notas fiscais dos materiais utilizados na obra e uma declaração do engenheiro responsável, contradizendo o que o operário havia relatado à Polícia Civil. “Diante das exposições de documentos, o processo foi encerrado e publicado no Diário Oficial. A consulta ao processo se encerrou no dia 28 de fevereiro e não teve procura de moradores para consulta-lo”, informou a secretaria. Em nota, a operadora Claro informou que possui uma estação rádio-base (antena) na Rua Martins Pena e “cumpre todas as normas construtivas vigentes seguindo as exigências dos órgãos regulamentadores”. A operadora reforçou ainda que não mede esforços para “propiciar a melhor experiência móvel aos seus mais de 71 milhões de clientes”. IrregularidadesEm janeiro, um ano após a Prefeitura de Campinas expedir 346 multas contra cinco operadoras de telefonia celular com antenas em situação irregular na cidade, apenas 21% foram regularizadas no período. Do total, 72 foram regularizadas, de acordo com a Secretaria de Urbanismo. A fiscalização ocorreu após pressão da Câmara de Campinas diante da falta de regularização das estações de rádio-base. A força-tarefa resultou em penalidades que somaram mais de R$ 450 mil. O levantamento foi divulgado no início deste ano e a pasta informou que pretende realizar nova fiscalização após constatar o baixo número de regularizações.