Para o Ministério Público, Sara Winter teve acesso, de forma ilegal, a detalhes do caso sob segredo de justiça (Reprodução/Redes Sociais)
A extremista Sara Giromini foi denunciada pelo Ministério Público do Espírito Santo, por meio da Promotoria de Justiça da Infância e Juventude de São Mateus, que ajuizou uma ação civil pública. Segundo o MPES, a extremista “teve acesso, de forma ilegal, a detalhes do caso de uma criança, de 10 anos, vítima de violência sexual que corre em segredo de justiça” e usou as redes sociais para divulgar as informações obtidas ilegalmente. “Além do acesso ilegal, Sara veiculou vídeo nas redes sociais, por meio do Instagram, bem como no Twitter, divulgando expressamente o nome da criança e tornando público o endereço do hospital onde ela passaria pelo procedimento de interrupção da gestação indesejada. No vídeo veiculado, que obteve aproximadamente 66 mil visualizações, a requerida expõe a criança e a família dela e conclama os seguidores a se manifestarem, em frontal ofensa à legislação protetiva da criança e do adolescente”, justificou o MP. Em virtude desta divulgação, o Ministério Público capixaba pede a condenação da extremista e o pagamento de indenização a título de dano moral coletivo, no valor de R$1,32 milhão, que será revertido ao Fundo Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente. Menina tem alta A menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio, no Estado do Espírito Santo, e que teve a gestação interrompida no Recife, em Pernambuco, retornou para casa após receber alta. Segundo o médico Olímpio de Morais Filho, diretor do Centro Integrado de Saúde onde a gestação foi interrompida, a menina já chegou ao Espírito Santo e está bem. "Ela foi em um avião fretado e cheia de presentes, que as pessoas que vieram ao Cisam deram a ela. O quarto em que ela estava ficou cheio de presentes. Na volta, ela ainda pode realizar o que ela disse que era o maior sonho dela, comer um sanduíche de uma rede de fast-food, já que nunca tinha experimentado", contou o médico. No dia do procedimento, o hospital foi alvo de atos de grupos religiosos, contrários ao aborto. Também houve manifestações de grupos de mulheres que defendiam o procedimento. O médico Morais afirmou que as pessoas "misturam ciência com religião", "saúde com religião" e que é uma "tortura" o Estado obrigar a manutenção da gravidez de uma mulher violentada. A enfermeira Paula Viana, da ONG Grupo Curumim, relatou que a criança se sentiu aliviada após descobrir que o agressor foi preso. "Ela recebeu a notícia e mostrou para a avó, que me disse que a neta estava aliviada porque pensava que, solto, ele poderia matar o avô dela." A polícia prendeu na madrugada de terça-feira o tio da menina, acusado de estuprá-la. "Ela é uma menina muito calada, com um olhar muito triste, de alguém que já sofreu muito, mas a vi sorrir quando me mostrou os presentes que recebeu", contou. Explicação à Câmara O deputado Marcelo Freixo (PSOL) protocolou requerimento para convocar a ministra Damares Alves para prestar esclarecimento na Câmara sobre o vazamento de informações da menina de 10 anos estuprada pelo tio.