Nova assembleia para alunos decidirem se deixam o prédio está marcada para o meio-dia
Estudantes de artes cênicas fizeram série de intervenções para ironizar a Polícia Militar, cuja presença no campus motivou a ocupação da reitoria ( Dominique Torquato/AAN)
A ocupação da reitoria da Unicamp, que nesta quinta-feira (10) completa uma semana, tem afetado diretamente o andamento de processos administrativos e até mesmo trabalhos de pesquisa desenvolvidos pela instituição. No bloco invadido funcionam cinco pró-reitorias, além da Coordenadoria Geral da Unicamp (CGU) e o gabinete do reitor. Os cerca de 80 funcionários que trabalham no prédio foram alocados para outros setores, assim como o reitor, José Tadeu Jorge, que está despachando de outro local. Ao meio-dia desta quinta (10), os estudantes que estão na reitoria fazem uma nova assembleia para decidirem se continuam com a ocupação ou se deixam o prédio. As aulas na universidade não foram interrompidas, mas estudantes de alguns institutos, como os de artes e ciências sociais, declararam greve em apoio ao movimento. Na tarde de ontem, funcionários que são contra a ocupação promoveram um ato em frente à reitoria pedindo a saída dos alunos. Estudantes do Instituto de Artes fizeram uma encenação criticando o trabalho da mídia na cobertura do protesto.Com as salas da reitoria ocupadas pelos estudantes, atividades importantes estão sem andamento na Unicamp. A viagem de 21 docentes para participar em congressos no exterior está em risco. Os processos internos para liberação da verba e autorização de viagens que não foram concluídos estão dentro da sala da pró-reitoria de extensão de assuntos comunitários (Preac), também ocupada. O setor cuida das viagens de funcionários que representam a universidade em outros estados ou países, mas não consegue emitir as autorizações sem ter acesso aos documentos.O andamento de algumas pesquisas também está comprometido. A pró-reitoria de pesquisa, que funciona no local, não realiza pagamento de bolsas há uma semana. As verbas eram liberadas quase que diariamente, informou um funcionário. Até mesmo os processos que beneficiam os próprios estudantes estão parados, como os que concedem auxílio-moradia.No prédio ocupado também funcionam a pró-reitoria de graduação, pró-reitoria de desenvolvimento da Unicamp (que cuida do setor financeiro da universidade) e a pró-reitoria de pós-graduação. Além dessas, a coordenadoria geral da Unicamp e o gabinete do reitor também foram tomados.Em nota, a administração central da Unicamp confirmou que, para minimizar os prejuízos causados pela invasão do prédio da reitoria, deslocou várias atividades para outras unidades e órgãos da universidade. “Há, entretanto, documentos importantes que ficaram retidos pelos invasores, o que traz prejuízos para a tramitação de processos, principalmente quanto à liberação de financiamentos externos destinados às atividades de pesquisa e assistência”, diz a nota. A universidade não soube estimar valores e disse que só será possível saber o número de benefícios que deixaram de ser liberados após o fim do movimento. Veja também Funcionários fazem ato contra ocupação Reitoria foi ocupada na última quinta-feira, à noite, por universitários contrários a presença da PM Presença da PM na Unicamp será votada por alunos Conselho é composto por representantes da reitoria, dos professores e estudantes Estudantes decidem manter ocupação Grupo ocupa a reitoria da Unicamp desde a última quinta (3) e descumpre ordem judicial Segurança será discutida com alunos da Unicamp Reitoria da Unicamp pretende apresentar propostas ao Conselho Universitário (Consu) Unicamp: alunos desafiam Justiça e mantêm ocupação Permanecerão acampados no final de semana mesmo com liminar que garante reintegração de posse Invasores permanecem na reitoria no final de semana Após reunião com a direção da universidade, estudantes marcaram reunião para segunda-feira Justiça determina saída de estudantes da reitoria Polícia Militar informou que só cumpre reintegração de posse na reitoria após ordem judicial Universitários fecham a reitoria da Unicamp Invadiram e passaram a noite no prédio; agora pela manhã, impedem a entrada de funcionários