Carlo Carcani é coordenador de esportes do Grupo RAC (DIVULGAÇÃO)
A Ponte Preta precisa fazer, dentro e fora de campo, uma leitura correta da goleada que sofreu para a Chapecoense. O resultado foi atípico e prova disso é que o time ficou 25 anos sem sofrer uma derrota desse tamanho dentro do Majestoso. Ainda assim, não pode passar batido. A diretoria e a comissão técnica devem avaliar não apenas o que aconteceu nos 90 minutos mais desastrosos do time no campeonato, mas principalmente no que deve ser feito daqui em diante. Para os jogadores, o remédio chega rápido. O time já está a caminho de Maceió e um bom resultado no importante jogo de sábado contra o CRB já vai curar as feridas. Mas para Marcelo Oliveira essa derrota não pode acabar na rodada seguinte. Depois de uma rara semana sem compromissos e um período maior de descanso e treinos, a Ponte foi engolida pela Chape. O time catarinense controlou o jogo, foi eficiente nas finalizações e, o mais importante, não abaixou a guarda depois de fazer 3 a 0. Esse apetite pelo gol é uma característica de times que alcançam seus objetivos. A Chape de Umberto Louzer tem aproveitamento de 68,8% e desponta como candidata ao acesso e ao título. Perder para o melhor time do campeonato é natural, mas não daquela forma. A Ponte sofreu, dentro de sua casa e em apenas 90 minutos, o mesmo número de gols que a Chapecoense sofreu em todo o campeonato. Nenhum time, nem mesmo o lanterna Oeste, sofreu tantos gols em casa como a Ponte. Entre os integrantes do G4, a Ponte sofreu apenas um gol a menos do que Chape, Cuiabá e América juntos. Os números mostram de forma clara que, para celebrar o acesso ao final da temporada, a Ponte terá que ajustar seu sistema defensivo. A eficiência do ataque pode ser comprometida se o time continuar sofrendo tantos gols. O melhor ataque da Série A é do Atlético Mineiro, que possui saldo de 11 gols. O melhor ataque da Série B é da Ponte, que possui saldo negativo de dois gols. Marcelo Oliveira precisa arrumar isso. A diretoria também precisa se debruçar sobre o jogo de terça-feira. A Ponte fez uma grande reformulação no elenco no início da Série B e agora acaba de contratar mais cinco atletas. O fato de ter trocado o técnico e contratado meio time mesmo com o clube no G4 sinaliza que o departamento de futebol não está plenamente satisfeito com o desempenho. A diretoria também precisa analisar se contratar em quantidade é mais efetivo do que buscar uma ou duas peças de mais qualidade, capazes de resolver problemas. Não é fácil digerir uma derrota por 5 a 0, mas o desconforto passageiro de uma goleada não se compara à permanência de mais um ano na Série B. A Ponte pode subir, mas tem problemas a resolver. Carlo Carcani é coordenador de esportes do Grupo RAC. E-mail: [email protected]
