Fábio dos Santos Santhiago fugiu com o carro do casal, que foi abandonado no bairro Cascata
A Guarda Municipal foi acionada no início da tarde e, através do sistema demonitoramento da cidade, localizou o carro do casal abandonado (Divulgãção)
As forças de segurança pública de Paulínia estão em busca do microempresário Fábio dos Santos Santhiago, de 44 anos, suspeito de assassinar sua esposa, a também microempresária Francine de Souza Santhiago, de 30 anos, na manhã de anteontem, no bairro Santa Cecília. Fábio fugiu utilizando o carro do casal, um GM/Celta prata, que foi abandonado na Rua Antônio Fadin, no bairro Cascata. Apesar dos esforços policiais, ele ainda não foi localizado. Este é o primeiro feminicídio do ano na cidade e o 12º na Região Metropolitana de Campinas (RMC), um aumento de 33% em relação ao ano passado.
Francine foi encontrada com o pescoço e os pés amarrados, após Fábio enviar uma mensagem via aplicativo para sua mãe, pedindo perdão a ela e às filhas. Parentes estranharam a mensagem e tentaram contato com o casal, sem sucesso. Uma sobrinha foi até a casa deles e encontrou o portão da frente trancado. Ela deu a volta pelos fundos e entrou por um portão sem cadeado, mas travado por uma placa de propaganda. Ao entrar no quintal, encontrou uma janela aberta. A jovem entrou e se deparou com o corpo de Francine no chão, próximo à cama do casal, desacordada com uma camiseta amarrada ao pescoço e os pés atados com uma extensão elétrica.
A sobrinha acionou a Guarda Municipal (GM), que foi ao local. Segundo o relato da testemunha à polícia, o fogão estava com todas as bocas acesas, inclusive o forno, e uma panela estava queimando. A suspeita é de que a vítima foi asfixiada.
O crime teria ocorrido por volta das 8h, após a saída dos filhos para a escola. Dois pintores que trabalhavam em uma obra nas proximidades relataram aos guardas municipais que ouviram uma briga intensa entre o casal, incluindo pedidos de socorro de Francine. Com o silêncio subsequente na casa, os pintores continuaram trabalhando. A Guarda Municipal foi acionada no início da tarde e, através do sistema de monitoramento da cidade, localizou o carro em uma rua sem saída.
"Quando chegamos, os sobrinhos dele estavam do lado de fora da casa e, ao entrarmos no imóvel, havia muita fumaça por conta da panela que estava queimando no fogão ligado. O corpo dela estava enrolado em um edredom, com uma camisa vermelha amarrada no pescoço e os pés atados", relatou o guarda municipal Heryvelton França de Oliveira.
De acordo com amigos, Fábio possuía uma empresa de envelopamento de carros e customização de eletrodomésticos, e Francine o ajudava. O casal se conhecia há muito tempo e a vítima havia confidenciado a uma amiga que vivia um relacionamento abusivo.
Apesar das queixas, Francine nunca registrou um boletim de ocorrência contra o marido. Ela dizia que era apaixonada por ele e não conseguia terminar o relacionamento. Há pouco mais de um ano, eles se separaram, mas acabaram reatando. Cerca de dois meses atrás, Francine decidiu pôr fim ao relacionamento, mas Fábio continuava morando na mesma casa.
O delegado responsável pelo inquérito, Ricardo Zinn, solicitou a prisão preventiva de Fábio, mas até as 14h30 de ontem, o pedido ainda não havia sido concedido.
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