CAMPINAS

Tomografia avaliará situação dos eucaliptos do Taquaral

Após queda, Prefeitura fará pente-fino em árvores da área de lazer

Gustavo Abdel
03/03/2015 às 05:00.
Atualizado em 24/04/2022 às 00:56
Frequentador praticando corrida na pista interna da Lagoa do Taquaral ao lado de bosque de eucaliptos ( Dominique Torquato/ AAN)

Frequentador praticando corrida na pista interna da Lagoa do Taquaral ao lado de bosque de eucaliptos ( Dominique Torquato/ AAN)

Após a queda de um eucalipto de 80 anos e com 20 metros de altura, domingo (1º), na pista interna da Lagoa do Taquaral, a Secretaria de Serviços Públicos de Campinas fará uma tomografia em cada árvore da espécie no parque a partir desta semana. Centenas de eucaliptos formam uma floresta ao lado da entrada principal da Lagoa e, de acordo com o secretário Ernesto Paulella, estão em um terreno rochoso, com baixo nível de penetração da raiz no solo.   O objetivo da tomografia é constatar se existe alguma árvore com risco iminente de queda por causa de podridão. A queda do eucalipto aconteceu por volta das 9h30 de domingo, momento em que o parque estava lotado. Apesar disso, ninguém ficou ferido. Funcionários do Departamento de Parques e Jardins (DPJ) retiraram o tronco cerca de 2 horas após a queda e, nesta segunda-feira pela manhã (2), continuavam o trabalho de limpeza e transporte dos galhos.   Sem sintoma De acordo com o secretário Paulella, a árvore que caiu não apresentava nenhum sintoma externo. “Os eucaliptos foram plantados ainda pela antiga fazenda, em uma região de brejo, de taboa. O eucalipto tem uma raiz chamada pivotante, um pivô, e não observamos qualquer sinal de podridão”, disse Paulella.     Uma das explicações para que a raiz do eucalipto não tenha se desenvolvido como um pivô, em maior profundidade, seria porque o solo rochoso impediu a penetração e fez a raiz “se enrolar”. “Temos uma floresta plantada em cima de uma área encharcada, provavelmente, em lajes compostas de pedras naturais, que deve resistir à penetração de raízes muito pivotantes”, explicou o secretário.   Ventos fortes   Além de o tempo de vida útil de um eucalipto ser de 80 anos, os ventos que chegaram a cerca de 70 quilômetros por hora no sábado e na manhã de domingo podem ter contribuído para a queda.   Um aparelho de tomografia de origem alemã que pertence à MB Engenharia — prestadora de serviço na área de arborização da Administração — vai analisar internamente cada eucalipto do parque para constatar possível podridão interna no tronco e raiz. “Faremos esses exames para verificar se existe problema, já que externamente as árvores não apresentam qualquer sinal de podridão. Caso se constate algum problema, faremos a extração”, disse o secretário.   Sintomas   “Quando a árvore adoece, começa a apresentar amarelecimento das folhas, podridão de galhos e morte apical (ponteiros), e não existe em nenhuma árvore nessas condições naquele bosque”, garantiu o secretário.   O engenheiro da MB Alan Franco de Oliveira confirmou que o estudo está nas programações da empresa, mas não deu uma data concreta para o início.O presidente do Conselho Municipal de Meio Ambiente de Campinas (Condema), Carlos Alexandre Silva, solicitou o corte de outras sete árvores que estão na pista de caminhada interna.   “O DPJ (Departamento de Parques e Jardins) garantiu que fará a extração dessas árvores”, disse o presidente. O secretário Paulella, no entanto, afirmou que nenhum eucalipto será extraído antes de concluídas as análises.   Piso em teste    O secretário de Serviços Públicos de Campinas, Ernesto Paulella, e técnicos da pasta estiveram nesta segunda-feira pela manhã na Lagoa do Taquaral analisando a extensão da área da pista de caminhada que receberá piso intertravado, com pequenos blocos, em substituição à areia. Inicialmente, o piso será implantado em uma faixa de aproximadamente 300 metros de extensão, entre os pedalinhos e a academia da terceira idade.   “É um piso assentado com areia, ecologicamente indicado porque permite a permeabilidade da água da chuva e, com isso, alimenta o aquífero”, disse o secretário. A substituição do piso nesse trecho será um teste para futuramente implantar em toda a extensão ao redor da lagoa, que passará por desassoreamento.Entretanto, a notícia de que o piso será substituído não agradou um grupo de quatro amigos que caminham diariamente no parque.   “No futuro, com a circulação de caminhões e tratores vai danificar os blocos e a manutenção ficará comprometida. Poderiam passar um rolo compressor e compactar o terreno da pista”, opinou um deles, o aposentado José Pereira Mendes, de 64 anos. Ainda não há um prazo para que a colocação do novo piso ocorra. 

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