Ele diz ter recebido reclamações de creches em seu gabinete que estariam com repasses atrasados há três meses; Prefeitura admite a inadimplência
Em discurso feito na tribuna da Câmara na noite de terça-feira (6), o vereador Maurício Gasparini (PSDB) disse ter recebido telefonemas de entidades assistenciais que têm convênio com a Prefeitura relatando atrasos nos repasses de valores. De acordo com o vereador, os pagamentos não foram feitos em junho e julho e as entidades temem que ocorra atraso também neste mês.“Recebi reclamações de duas entidades, mas soube que são várias as que não estão recebendo os repasses de convênios. As entidades não se identificam porque precisam do convênio, mas relatam situação muito difícil”, afirmou. De acordo com o vereador, há creches que cuidam de mais de 200 crianças e estão em sérias dificuldades. Gasparini aprovou requerimento na Câmara perguntando à Administração Municipal sobre a existência de atrasos, quais são as entidades afetadas e quais os valores deixaram de receber repasses. “Quero uma resposta oficial e a Prefeitura tem 15 dias para responder”, disse. Para o vereador, se os atrasos estão mesmo ocorrendo, a situação financeira da Prefeitura é muito grave. “Quando começa a deixar de honrar compromissos até com as creches é porque a situação é muito séria. Não sei onde isso vai dar”, comentou. No discurso da tribuna ele chegou a falar que talvez seria o caso de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI). “Não estou propondo uma CPI, mas pode ser o caso”. Ele ainda lembrou do corte feito pela Administração Municipal nas emendas parlamentares apresentadas pelos vereadores no ano passado. Por iniciativa da prefeita Dárcy Vera (PSD), em 2010, 2011 e 2012 cada um dos então 20 vereadores poderiam apresentar emendas de R$ 150 mil cada. As de 2012 foram todas cortadas. O corte foi de R$ 3 milhões, praticamente todo o valor destinado a entidades, porque vereadores indicaram obras anteriormente, mas elas não eram realizadas. Prefeitura admiteQuestionada nesta quarta-feira, por e-mail, a Prefeitura admitiu a existência de atrasos. “Existe uma cronologia de pagamentos que será efetuada nos próximos dias”, respondeu laconicamente em nota assinada pela Coordenadoria de Comunicação Social, numa evidência de que os repasses não foram feitos. A Administração não respondeu, no entanto, quais são as entidades prejudicadas, quais os motivos do atraso, o valor que deixou de ser repassado e qual a previsão de regularização da situação.